sábado, 13 de setembro de 2008

Meninos da India


Na luz que atravessa as palmeiras ao vento, no cheiro das manhãs, nos sorrisos das pessoas, no andar das senhoras, na religiosidade quotidiana, na intensidade da prática, no explendor das cores, na variedade dos olhares, na generosidade e cuidado com os animais, no endeusamento dos bébés, nos pequenos rituais matinais, na riqueza filosófica e na densidade psicológica, no panteão hindu, a subtileza da música, no excesso das celebrações, no odor do tchai, no poder das monções, na exubrancia verde dos arrozais, na delicadeza das superficies cobertas a flores de lótus, no poder das nuvens que se erguem tão alto, na monção, no legado espiritual e religioso, na delicadeza dos poemas, no incenso nas ruas, na arte da escultura, na beleza das mulheres, esta India é um cantinho de Deus. 
Em cada instante, na paz de cada dia, nos pormenores de cada lugar. Mas há dias em que não dormimos, em que as imagens das crianças que andam na borda das estradas acarretando agua, das meninas que britam pedra todo o dia, dos bébés escandalosamente magrinhos deitados no chão, nos atormentam em interrogação. Como podem coabitar estas imagens, entre o maravilhoso sublime e a miséria tão dura. O importante da interrogação centra-se nas respostas e soluções que nos pode trazer. Aqui em Mysore há dezenas de orfanatos com terriveis condições, e todos os dias vemos crianças a trabalhar duramente: da mercearia à construção civil. Falta tudo. Do elementar afecto à agua e comida. Investiguei algumas modalidades de ajuda e encontrei algumas situações que nos mostram que é possivel ajudar de qualquer parte do mundo, em qualquer momento. A Operation Shanti - www.operation-shanti.org/trabalha aqui em Mysore, é uma organização fiavél e edónea. Vejam do que vos falo aqui: www.youtube.com/watch?v=aKU-tOnEVy8.

Que possamos sentir que cumprimos aquilo com que nos comprometemos todos os dias, em cada prática -  que todos os seres sejam felizes.